de Marco Notaro
Esse nervoso é que me mata
essa ausência essa falta de você é que destrói
Esse nervoso é uma bola colorida
é uma pata de cavalo de corrida
É uma maçã, um adão
é uma neurose, uma curtição
Uma cerveja pra pagar
um fumo fino pra fumar
um novo beijo a se pedir
Esse nervoso, essa vontade de partir
parece que nem sou eu que to aqui
Essa chuva me acalma
mas enerva o outro eu
E me mistura com o seu e me alaga de agonia
esse nervoso é uma porcaria
Eu não queria nem nascer se não nascesse pra você
Não queria nem pedir pra você ficar
pra partir
Esse nervoso é assim, um desbunde total
nem me faz bem, nem me faz mal
É minha brisa, é vendaval
Eu vou organizar um plebiscito
se disser não, eu me cito
Se disser não aí me calo
ergo a cabeça e me embalo na fumaça num estalo
E lá vou eu de bobo em frente
não me enfrente que na ira sou serpente
Mato, firo, como e faço
como eu faço, nem eu sei
Sei que na hora dos meus grilos, eu partilho docemente com os seus
E você, só de fricote
tomou banco e chicotesó pra se mostrar mais forte que eu
Mas isso eu sei, isso eu sei
Curte a sua/eu curto a minha
parta o nó
eu parto a linha
Acabou tudo que tinha
vou partir pra outra você
Melhor pra mim
melhor pro meu
bem mais melhor pro seu